Acho que o grande divisor de águas dessa história foi, quando ele comprou um conjunto da Cygnus, que vinha com a novidade CD Player. Ele começou a trazer alguns CDs pra casa. A princípio, dos que me lembro bem, foram “Brothers in Arms” do Dire Straits, uma coletânea de Ros Stewart, um com os tangos mais famosos de Carlos Gardel e um CD de interpretações do Chopin no piano. Mas o mais marcante de todos foi quando ele trouxe toda a coleção dos Beatles, incluindo os álbuns de estúdio e as coletâneas vermelha e azul (com a foto icônica deles na varanda do prédio da gravadora EMI) e que continha muitos singles que não apareciam nos álbuns.
Ali foi a descoberta de um novo universo para mim e para meus irmãos, ná época com algo próximo a 10 anos de idade. Qualquer amigo que ia em casa ficava encantado com a sala de som e os CDs e LPs que fomos comprando, ganhando ao longo dos anos.
Dali pra frente a música sempre foi protagonista em nossas vidas.
Aos 15 anos um violão antigo de meu avô veio parar em casa. Comecei ali a tocar, comprando revistinhas de cifras na banca e tirando de ouvido. Nunca mais parei.
Quando ganhamos o primeiro carro, um Fiat Uno, muito mais importante que o carro em si, era instalar um som de primeira linha, com equalizador, amplificador e boas caixas de som para poder curtir música principalmente no transito que pegávamos todos os dias em São Paulo.
E que saber se esta paixão continua? Bem, as pessoas que amo e com quem convivo tem certeza disso. Na semana passada fiz 50 anos. Meu irmão me deu um Ukalele maravilhoso, uma obra de arte. O outro que hoje mora nos Estados Unidos me mandou uma mesa de gravação de som. E minha esposa e meu filho me deram uma caixa da JBL que eu estava sonhando a um bom tempo.
Enfim achamos que era hora de compartilhar essa paixão com mais pessoas que também tem o mesmo sentimento......